Já ninguém desconhece que convivemos no dia a dia com estes seres invisíveis no interior e exterior do corpo humano, de que alguns dependemos e outros, mais agressivos, nos prejudicam a saúde.
Todos são micro-organismos, invisíveis a olho nu, que denominamos normalmente com o nome de micróbios ou germes, termos atribuídos a Pasteur quando se iniciou a disciplina cientifica da Microbiologia com o aparecimento do microscópio.
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Imagem de Shutterbug75 por Pixabay |
No século 17, no ano de 1674, quando o alemão Antony Van Leeuwenhoek criou o primeiro microscópio para observar pequenos seres, em amostras de solo, rio, saliva e fezes, que ele nomeou como “animálculos”, é que foi possível distinguir entre si e progressivamente os diversos microrganismos
No final do século 20, quando se tornou possível examinar o material genético dos micróbios é que se descobriu o número incalculável de tipos de bactérias, protozoários e vírus, somado também aos fungos e algas.
Existem mais células de bactérias no nosso corpo do que células humanas, coexistindo umas no nosso organismo sem causarem problemas – e algumas até fazem bem, como certos lactobacilos que evitam infecções.
Mas não faltam bactérias altamente perigosas. A Yersinia pestis, por exemplo, causou a famosa peste negra, que matou um terço da Europa entre 1347 e 1351, sem que se soubesse a causa da doença. Ela só pôde ser descoberta no final do século 19, quando o químico francês Louis Pasteur (1822-1895) demonstrou que as bactérias (qualquer micro-organismo unicelular desprovido de núcleo), com a sua grande capacidade de contágio, eram as verdadeiras responsáveis por várias doenças.
Mas Pasteur também constatou que existiam micro-organismos benéficos para a humanidade, ao observar que certos fungos microscópicos, as leveduras, eram responsáveis pela fermentação – ou seja, sem elas não haveria pão, queijo, vinho ou cerveja.
Tão importante quanto o célebre cientista francês foi seu contemporâneo Robert Koch (1843-1910), médico alemão que demonstrou como bactérias específicas causavam doenças igualmente distintas.
Em apenas duas décadas (entre 1880 e 1900), o trabalho de Pasteur e Koch lançou as bases de uma nova ciência: a microbiologia, que, ao longo do século do 20, não pararia de revelar criaturas cada vez mais pequeninas. Não demorou para descobrirem que até as bactérias eram infectadas por seres ainda menores: os vírus.
Por fim, a microbiologia expandiu-se para além da medicina, revelando que algas do tamanho de bactérias produzem de 30% a 50% do oxigénio que respiramos e sem elas a atmosfera não existiria.
Os Vírus
Dez mil vezes menores que as bactérias, eles não passam de material genético com uma capa de proteína.
Alguns cientistas nem os consideram seres vivos, porque não têm metabolismo próprio: usam as células dos organismos que invadem para se reproduzirem.
Os vírus, como os da gripe, são extremamente difíceis de controlar, por estarem constantemente em mutação.
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H1N1 Influenza (Reprodução/Wikimedia Commons) |
Os Protozoários
São seres unicelulares como as bactérias, mas possuem (assim como as células de plantas e animais) órgãos, que ajudam a processar nutrientes e a gerar energia, como minúsculos pulmões, estômago e outros órgãos).
Existem protozoários visíveis, de até 2 milímetros. Outros são mil vezes menores. O maior assassino entre micro-organismos é um protozoário: o Plasmodium falciparum, causador da malária, que mata 2 milhões de pessoas por ano.
As Bactérias
São seres unicelulares que não possuem sequer um núcleo separado por membrana. Depois dos vírus, são as criaturas mais simples que existem, medindo entre 0,5 e cinco milésimos de milímetro.
Foram a primeira forma de vida a surgir na Terra, há 3 biliões de anos. Com tanto tempo de vida, tornaram-se bem resistentes e algumas são inimigas temíveis, como a Neisseria gonorrhoeae, que, sexualmente transmissível, causa a gonorreia. Por outro lado, são as responsáveis pela decomposição de plantas e animais mortos.
Os Bacilos
Esse é o nome dado às bactérias em forma de bastão – enquanto as esféricas são chamadas de cocos e as curvas, de vibriões. Os bacilos ficaram mais famosos por causarem doenças como a tuberculose – cujo agente, Mycobacterium tuberculosis, é mais conhecido como Bacilo de Koch.
Há poucos anos, o Bacillus anthracis, que transmite a letal infecção antraz, ganhou notoriedade como arma bacteriológica na mão de terroristas. Mesmo assim, a grande maioria dos bacilos, como dos outros tipos de bactéria, não é nociva.
Os Fungos
A variedade é enorme. Alguns fungos, como os cogumelos, são bem desenvolvidos, mas os que interessam aqui são os unicelulares que contêm organelas, como os protozoários. Entre os mais chegados ao ser humano está o Candida albicans, que causa micoses.
Já o Penicillium roqueforti serve para fabricar queijos como gorgonzola e, claro, roquefort. Com outro fungo do género Penicillium, o notatum, faz-se a penicilina, um os antibióticos que mais salvam vidas.
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Candida albicans (GrahamColm/Wikimedia Commons) |
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