O Folar de Chaves

O folar é tradicionalmente o pão da Páscoa em Portugal, confeccionado na base da água, sal, ovos e farinha de trigo. 

A forma, o conteúdo e a confecção varia conforme as regiões de Portugal, doce ou salgado, e nas mais diversas formas.

O Folar de Chaves deixou de ser apenas um fenómeno sazonal e assumiu um papel de reconhecimento por parte dos produtores e consumidores, estando à venda durante todo o ano. Este produto, resultado de longas tradições históricas e culturais, enraizadas nos saberes populares é, hoje em dia, uma imagem de marca da cidade flaviense.

O Folar de Chaves 

As características únicas do Folar de Chaves atribuem-se não só ao “saber fazer” tão próprio da gente desta região, que consegue uma perfeita harmonia entre todos os ingredientes, mas também à qualidade excecional das carnes que o completam.

O Folar de Chaves é um produto de panificação/pastelaria, confecionado com farinha de trigo, ovos e gorduras, recheado com carnes fumadas de porco.

Apresenta uma forma retangular com ângulos arredondados e uma superfície superior marcada por um característico sulco de união da massa.

A cor externa varia entre o amarelo e o castanho claro, apresentando ao corte uma massa alveolada, de cor amarelada, entremeada pelas carnes. Na boca, a massa é simultaneamente macia e olorosa, ligeiramente salgada e gordurosa, distinguindo-se nitidamente das porções que integram as carnes fumadas.


A ancestralidade do Folar de Chaves perde-se completamente no tempo. Deste facto é exemplo um artigo publicado no “Flaviense – Semanário Republicano Independente” de 11 de Abril de 1915, onde o autor, J. Soto Maior, de forma um pouco burlesca compara a antiguidade do folar ao da própria digestão. 

O mesmo autor refere a impossibilidade de conhecer a origem desta iguaria, devido à inexistência, quer nas bibliotecas quer na própria Torre do Tombo de qualquer tipo de indicação.

(...) O uso do folar é tão antigo, que impossível se torna descobrir-lhe as origens. É quási tão velho como... a digestão, porque desde que o ser humano principiou a mastigar e a deglutir, logo encontrou uma falta qualquer, um não sei quê a menos, a necessidade imprescindível de um petisco melhor e mais condimentado. Era o folar. O primeiro mortal que descobriu os segredos da sua feitura, de certo sucumbiu a uma... indigestão. (...)

E este folar, igualmente transmontano como o folar de Valpaços, só se torna um problema na dificuldade em não nos rendermos a estas iguarias, pensando que estamos no Portugal reconhecido pela qualidade do seu fumeiro, do presunto, a alheira, a linguiça. ou chouriça da cabaça, o salpição e a bucheira.

O Folar de Chaves produzido pela Prazeres da Terra foi distinguido com duas medalhas de ouro, uma no âmbito do concurso nacional “O Melhor Folar e Pão de Ló de Portugal”, promovido pela Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP), e outra do “Concurso Nacional de Pão, Broas, Folares e Bolas Tradicionais Portuguesas”, dinamizado pelo Centro Nacional de Exposições de Santarém e pela Qualifica.

O folar de Chaves da empresa Prazeres da Terra é o melhor pão da Páscoa salgado de Portugal. Uma distinção a dobrar, em dois concursos nacionais, e que inclui ainda uma medalha de ouro para outra das estrelas da gastronomia da região transmontana: o pastel de chaves.

Crédito: Câmara Municipal de Chaves

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